A população mundial está aumentando e consequentemente a demanda por mais alimentos e a necessidade de fornecer uma quantidade maior de produtos em menos tempo. Ao mesmo tempo, preocupações com a produção de alimentos mais saudáveis e sustentáveis, e a competição na indústria contribuem para uma revolução da indústria alimentar. Empresas de alimentos e bebidas enfrentam diversos desafios, da produção até a embalagem dos produtos. Swissnex Brazil organizou um webinar no dia 26 de maio para discutir sobre estes desafios.
Paulo Silveira, CEO da FoodTech Hub, ressalta as dificuldades em entender as necessidades dos consumidores, assim como a complexidade de desenvolver novos produtos e responder rapidamente às mudanças do mercado. Os líderes são aqueles que têm uma abordagem holística da tecnologia, incluindo pessoas, cultura e infraestrutura dentro e fora da organização.
Heloisa Menezes observa que há um grande potencial em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para a digitalização da agricultura. O uso de dados é muito importante para o entendimento e o uso correto da tecnologia. Hoje, a aplicação de ferramentas digitais é baixa e investimentos precisam ser feito nas áreas de educação e infraestrutura para facilitar o acesso à tecnologia no Brasil.
A tecnologia pode fomentar novas maneiras de fazer negócios e inovação, diz João Carvalho. Por exemplo, blockchain é útil para rastrear o transporte e a inteligência artificial pode ajudar no monitoramento do comportamento dos animais e detectar doenças antes que elas se manifestem.
O cliente será colocado no centro dos processos. A qualidade, sustentabilidade e rastreamento dos produtos serão melhorados. O uso da inteligência artificial permitirá o rastreamento dos produtos do campo até o varejista, habilitando a comunicação direta com os consumidores. Porém, Fabio Elias observa que tudo isso aumenta a complexidade para os produtores. As empresas líderes do setor serão aquelas que acolhem a complexidade e a usam para promover seus processos e produtos.
Daniel Prontz, fundador da Flavorwiki, usa o sabor para conectar fornecedores aos consumidores. Através de seu aplicativo, usuários inserem informações sobre os produtos que consomem, e criam o seu próprio perfil de sabor online. As empresas têm acesso a estes dados, o que permite de criar produtos melhores e mais adaptados ao mercado, o que facilita a compreensão de perfis dos consumidores finais.
A realidade aumentada permite uma relação direta entre o consumidor, o produto, e a marca. Lucas Lalla deu o exemplo da embalagem interativa: apontando a câmera do celular no produto, o usuário tem acesso a mais informações, receitas ou benefícios para a saúde, aumentando a interação com a marca. Lucas está também desenvolvendo um robô que produz bebidas segundo as instruções do consumidor e memoriza as receitas. O objetivo é levar a tecnologia para academia, escolas, pontos de venda e oferecer bebidas saudáveis diretamente aos consumidores.
Como em outras áreas de tecnologia, há discussões sobre a proteção dados e a quem estes dados pertencem, assim como o que pode ser feito para proteger os direitos e a privacidade dos usuários. Por fim, a indústria de alimentos está ainda em uma fase inicial de adoção tecnológica; se estamos na era da indústria 4.0, o setor alimentar está ainda no 2.0 mas com muitas oportunidades e potencial de expansão.
Assista à gravação do webinar abaixo:
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Webinar:
Como a Transformação Digital pode Alavancar Inovação no Sistema Alimentar